Crônicas de Domingo: Silêncio, café e os quase 41

🕰️ Crônicas de Domingo

📍 Domingo, silêncio e a aproximação dos 41

Hoje é domingo. Moro sozinho, e nesse dia, o almoço é sempre algo rápido — mais pela vontade de não cozinhar do que pela fome em si. O silêncio da casa, que deveria ser descanso, se transforma em espelho. E o que vejo refletido nem sempre é leve.

A sala de aula, com todo seu barulho, sua confusão e energia às vezes caótica, me motiva. Me lembra que estou vivo, que tenho um papel, um propósito, um motivo pra sair da cama. Mas no domingo, sem as vozes dos alunos, o barulho vem de dentro. E esse é mais difícil de ignorar.

Entre um café e uma tentativa de organizar aulas, surgem pensamentos intrusivos. O corpo pede descanso. A mente exige produtividade. Estou cursando duas pós-graduações e uma nova graduação. Faço cursos, leio, estudo, me esforço. Mas, sinceramente? Sinto como se tudo isso não estivesse me levando a lugar nenhum.

Na quarta-feira, dia 11, faço 41 anos. E me sinto perdido.

Não sei se é uma crise, ou só mais uma dobra do tempo. Mas tenho me perguntado: com tudo isso que faço, por que ainda sinto que falta algo? Talvez porque a sobrecarga de fazer tanto tenha escondido a pergunta mais importante: por que faço tudo isso?

Hoje não quero respostas. Quero apenas registrar. Registrar esse sentimento confuso, esse silêncio pesado, essa fase que talvez seja só mais um parêntese — um intervalo necessário para que a próxima página tenha um pouco mais de sentido.

Se você também sente isso, saiba que estamos juntos.
Não é preciso ter pressa. Nem certeza. Basta respirar, devagar.
E seguir, com honestidade.

— Entre Parênteses

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